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Uma Baita Jogada: Modelo europeu

domingo, 4 de maio de 2008

Modelo europeu

O Internacional vai se aproximando cada vez mais rápido de sua projeção para o seu Centenário. A meta é alcançar, até quatro de abril de 2009, a marca de 100 mil associados. Para motivar ainda mais a torcida, até os jogadores Colorados tornaram-se sócios. Se o ritmo continuar como está, a Direção poderá planejar um número mais ousado.

Quando completou 99 anos, o Inter ainda não havia chegado em 60 mil. Só foi atingir esse número no dia 13 de abril. Pouco tempo depois, até a última quinta-feira o quadro social já contava com 68.679.

Desses, 50% são de Porto Alegre, 15%, da Região Metropolitana, 30%, do Interior e 5%, de fora do Rio Grande do Sul. Mais de 42 mil pertencem à categoria Sócio Contribuinte e o restante, à Sócio Campeão do Mundo.

A primeira tem mensalidade de 45 reais e dá entrada livre aos jogos do Clube. A outra, com custo de 20 reais mensais, dá direito à preferência na compra dos ingressos e 50% de desconto no valor dos mesmos. Todos sócios têm desconto em lojas conveniadas ao Clube, recebem mensalmente a revista do Inter, participam de promoções de produtos oficiais, têm acesso a áreas restritas do Site, direito a voto, entre outras vantagens.

Diante dos números do atual quadro social, o Internacional viu-se em um conflito: há mais sócios que a capacidade total do Estádio Beira-Rio, que suporta 56 mil torcedores. A Administração vermelha deve criar um método pelo qual os sócios com entrada livre tenham de confirmar antecipadamente se vão à partida. Esse terá, inicialmente, desconto na mensalidade. Depois, terá a possibilidade de colocar seu ingresso à venda, ganhando 50% do valor.

O Estádio passaria a ser ocupado apenas por sócios. O torcedor comum teria condições de assistir apenas às partidas menos expressivas. Este é o cenário que se passa hoje. Somente associados terão acesso à final do Campeonato Gaúcho, contra o Juventude.

O jornal francês L’Équipe publicou, em fevereiro, um ranking dos 100 Clubes que mais sócios têm no Mundo. Se os números estivessem inalterados desde então, o Inter estaria, hoje, na décima posição, tomando o lugar que seria da Juventus, de Turim. Na América, o Colorado já é o segundo time com mais associados, atrás do River Plate, que estaria na oitava colocação. Na semana passada, a agência e21, que tem como cliente o Internacional, criou um anúncio no qual dizia que o Boca Juniors havia sido batido, e que o próximo será a equipe de Nuñez.

O Internacional lançou ainda o Projeto Rio Grande Vermelho, o qual propõe que cada Consulado Colorado do Estado faça com que, pelo menos, 1% da população de sua Cidade seja sócio. Caso todos consigam, o Clube deverá ter mais de 150 mil associados.

Confesso que, no início da campanha, achei a meta de 100 mil sócios muito distante. Mas, hoje, faltando pouco mais de 30 mil, e com a possibilidade de um título, que certamente aumentaria ainda mais o quadro, já acredito em um número bem superior até o Centenário.

Assim, com o Internacional arrecadando quase quatro milhões de reais mensais, fora a receita com ingressos. Valor que diminuirá a necessidade da venda de grandes jogadores a cada ano. E, dessa forma, tem-se um futebol com mais craques, com melhores resultados e mais lucros.

Como eu disse, o Beira-Rio já não suporta sequer o número atual de sócios. Para o não-sócio, é ainda mais complicado. O Inter precisa optar. Dará prioridade, corretamente, aos torcedores que de fato contribuem mensalmente com o Clube. Não pode contar sempre com adeptos que hora ou outra queiram torcer no Gigante. É o que pede o futebol atual. O Internacional não está se afastando do slogan de “Clube do Povo”, como alguns torcedores dizem. Expressão designada àquele que foi fundado para abrigar torcedores de todas classes sociais. Está tendo de privilegiar o torcedor que paga rigorosamente sua mensalidade.

O Colorado que quiser ter preferência na compra de ingressos deve se associar. Não é um valor caro: 20 reais mensais. E tem desconto de 50% na compra da entrada. Assim, comparece nas partidas que quiser e não ficará fora das grandes decisões.

Não há solução mais adequada. E ainda há a necessidade de manter um elenco forte, com condições de disputar os títulos mais expressivos. O time será maior na proporção da arrecadação com as mensalidades vindas do quadro social. É com poder que se disputa, de igual para igual, contra Barcelonas ou Internazionales. O torcedor quer (e deve) pensar nas maiores glórias.


Foto: internacional.com.br

5 comentários:

Leandrus disse...

Quando comecei a ler o texto, pensei logo que o Internacional deveria arrumar um jeito de aumentar o estádio, porque, como você disse, o local não comporta o número total de sócios. E vai ter que fazer isso urgentemente, visto a boa fase do time (que 8 a 1 foi esse hein!). Se eles previam um sucesso tão grande do projeto para os sócios, tinha que ter previsto esse problema com o estádio tb.

Ateh!

Daniel Leite disse...

O Internacional está de parabéns. É incrível como o nº de associados consegue competir com os dados mais impressionantes do mundo. Fica a preocupação do estádio, como observou o Leandrus. Mas não comportar toda a demanda é normal; basta ver o que ocorreu com o Palestra Itália, que, mesmo reformado, não dará conta da torcida em jogos decisivos. A culpa não é da falta de planejamento. Mas do fato de o fanatismo ser maior que as arquibancadas.

Até mais!

Anônimo disse...

dalhe inter, que deu de goleada no juju ;D

mtu bom o texto ;*

Vinicius Grissi disse...

A saída encontrada pelo Inter, realmente é a melhor e é muito importante, pois gera uma receita bacana para o clube.

Porém, é preciso atenção para os associados e o estádio. Na final contra o Juventude milhares de torcedores buscaram em vão comprar ingressos. E o estádio acabou repleto de lugares vazios...

Diego Louzada disse...

20 reais por mês é uma estratégia bem populista. Acho que é a mensalidade mais barata do país. Nem no clube de fim de semana que frequento a mensalidade é tão barata.
De todo modo, a receita mensal é boa e ajuda o clube a se manter.